terça-feira, 4 de abril de 2017

Casa, separa; casa, separa. Ah, para que casar?

           Há uma frase do pregador oficial da Casa Pontifícia e do Papa, o frade franciscano Raniero Cantalamessa, que eu costumo repetir: o mal é mal porque faz mal. Quando o Congresso Nacional aprovou a lei do divórcio, em 77 (eu estava lá, assisti de corpo presente), o seu maior defensor, o senador Nelson Carneiro, repetia insistentemente que a medida não era para os casais felizes no matrimônio. O divórcio seria para os que não tinham conseguido salvar o casamento e eram discriminados - a mulher era 'concubina' e os filhos eram chamados 'naturais, vistos como 'bastardos'. 


           Era, assim, a segunda chance. Permitia-se o divórcio uma única vez. É claro que a coisa não ficou por aí. Ora, se pode uma vez, por que não duas? Se pode duas, por não trinta? E é assim. 
Pior, ninguém se casa mais, nem no civil. As famílias constituídos por núcleo tradicional - pai, mãe e filhos - vão rareando. As composições - meios irmãos, filhos da namorada de meu pai, filho do ex-marido da minha mãe com outra mulher e vai por aí - hoje é a regra. 


           Pois é, o que é que tem, não é? O que importa é o amor. Nunca vi sociedade para se amar mais que a nossa. E (não) espanta e (não) intriga que esta mesma sociedade, em que comprovadamente há menos escassez e muito mais bens à disposição da grande maioria da população (dizer o contrário é mantra de esquerdista desonesto, não há mais pobreza no mundo. Ponto), produza níveis de violência cada vez maiores.


           E o fator determinante -em que a miséria e desigualdade contam como agravantes - é a desestruturação familiar. Lares desfeitos, filhos sem pai, sem noção de autoridade, mães obrigadas a trabalhar para sustentar a casa porque os pais dos filhos abandonam a casa ou nem chegam a formar família porque os filhos são fruto de 'sexo casual', geralmente na adolescência, e outras situações como estas. Filhos são criados pelos avós ou por 'padrastos', estes também casuais, romances efêmeros. É comum notícia de estupro de meninas por 'padrastos' pouco mais velhos que elas, os tais 'namorados de minha mãe'. 


           Hoje, não há mais empenho dos casais em salvar o casamento em vista do bem da família e dos filhos. Mulher não precisa mais de homem, senta-lhe um pé na bunda logo na primeira vez em que alguma coisa não está boa, assim naquela vibe de que "ninguém deva ficar preso em uma relação infeliz se não desejar". 

           E a fila anda. Deixou filhos pelo meio? Problema nenhum. Hoje, é normal, criança não se importa de mudar de mãe, de pai, de casa, de família, de irmãos. Tempos modernos. 

           A Igreja Católica tem dois mil anos. Ela nunca mudou o seu entendimento sobre o matrimônio. É indissolúvel. E ninguém como a Igreja acolhe e ampara os casais que se separam. Mas permissão para casar duas, três, trinta vezes? Não.Só uma perante Deus. 
Por que? Porque a Igreja acredita em Nosso Senhor Jesus Cristo e nas Sagradas Escrituras, onde está escrito que 'o que Deus uniu o homem não separe'. A Igreja tem em vista a eternidade, ela não é moderna, é eterna. 


        Os maus frutos da dissolução do casamento estão aí. Só não vê quem não quer. Hoje, o tal 'amor' justifica aberrações como as mostradas no Fantástico: um filho gerado por um homem vestido de mulher e uma mulher vestida de homem. O 'homem' gerou, pariu e amamenta o filho. Nós estamos ensandecendo? Nós vamos ver coisas assim e dizer que isto é normal, porque o amor é lindo? (to be continued)

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