sábado, 7 de janeiro de 2017

O homem precisa de beleza

       A degradação de São Paulo, desfigurada pela estupidez e impunidade dos vândalos pichadores (c'mon, arte è tutta un'altra cosa), não começou com Fernando Haddad, mas dizia São Paulo, "as palavras convencem, o exemplo arrasta". 

      O prefeito petista podia, como fez ao sair de spray na mão pintando muros, dar apoio aos grafiteiros talentosos, mas não podia calar-se na condenação explícita ao vandalismo pichador. Com o gesto e o silêncio de Haddad, uz manu entenderam que a farra continuava liberada. Tanto é que não pouparam nem a ponte Estaiada. Nem a pichação ao Monumento das Bandeiras o fez ameaçar cumprir a lei quando infratores profanaram um símbolo da cidade. 

       Sobre as críticas à roupa de gari,  sejamos honestos: se é coisa que João Dória não finge é que é pobre. Ao contrário, reafirma que é rico, muito rico. E ficou rico trabalhando. Vestir roupa de gari é simbólico. Marta Suplicy ia de Yves Saint Laurent visitar as favelas. Ela dizia que as mulheres da periferia a apoiavam e a incentivavam a andar bem vestida, ficavam felizes que ela estivesse sempre elegante. Ela não mentia. O povo gosta de beleza.

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