quarta-feira, 1 de junho de 2016

Aborto e estupro

         Ninguém se coloca no lugar da criança que será abortada. Para qualquer pessoa, a coisa mais 'vital', importante e essencial é sua própria vida. É a sua existência. Eu, Mírian, não sei como é não ser. Se um de nós tivéssemos sido fruto de um estupro, nós, inocentes, deveríamos ser eliminados, mortos, assassinados? O que nós fizemos para isto? 

         Não adianta dizer que um de nós poderia não existir, se não tivéssemos sido concebidos. Mas o bebê a ser abortado foi concebido, existe ali um ser que, cumprido o seu processo de desenvolvimento, vai virar Maria, José, Mírian ou Rafael. 

         Esta é a questão. O Estado não pode dar o direito a ninguém de decidir se quer ou não que outra pessoa viva, por maior que seja a tragédia do estupro. Quem morre é a criança. Ela é vítima de um assassinato, a mãe é vítima de um estupro. Hierarquicamente, o assassinato é mais grave que o estupro.

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