terça-feira, 8 de julho de 2014

O passado ecoa

    
        Para quem quer inspirar e aspira às excelsas virtudes, Olavo de Carvalho tem uma vida insólita. Num hangout de 2013 com seu aluno e historiador, Thomas Giulliano, cujo vídeo desapareceu do youtube sem deixar rastro ou vestígios, é Olavo quem conta: quando ele era líder (muqadam) da tariqa de Schuon, apareceu-lhe uma mulher que pertencia a uma seita maligna (palavras suas), cujo filho tinha sido enterrado no próprio local onde a seita funcionava (PS: só se enterram pessoas fora de cemitérios quando as mortes são 'irregulares'). 

     

        Segundo Olavo, esta mulher, pela recusa dele em aceitá-la na tariqa, escreveu uma carta a Fritjoff Schuon acusando-o de fazer sacrifícios com animais, de fazer 'macumba'. E Schuon teria acreditado!

        Conversa estranha de Olavo de Carvalho, esta. Quer dizer que o homem que tratava diretamente com Martin Lings, o segundo homem na hierarquia, abaixo apenas de Schuon, teria sido expulso da tariqa por uma acusação sem provas, feita por uma desequilibrada mental? A mulher precisava de tratamento, ele disse. Ou talvez a louca não fosse tão louca assim...

      

          Mas os fantasmas sempre voltam. Sem que ninguém perguntasse, OdeC apresentou uma versão sobre a matança de animais no Facebook: num post que depois ele deletou, Olavo contou que, numa daquelas comunidades em que ele morou (ajuntamentos, melhor dizendo), havia uma gata que certa vez teve 16 filhotes e como ela não conseguisse amamentá-los, as pessoas da casa decidiram pelo sacrifício dos filhotes.

         Não teria sido o próprio Olavo a perpetrar este 'ato de caridade cristã', mas o médico Otávio Becker, que morava e/ou alugava um cômodo na famosa casa da Bela Vista). A mulher que escreveu a carta a Schuon teria assistido à matança dos filhotes e confundido o 'ato de amor' com sacrifício ritual (sic). Então, tá. 

      

       E não pára por aí: há informações de que Olavo teria acusado um membro da tariqa de Idries Shah, a que ele pertenceu antes de entrar na tariqa de Schuon, de crime de infantícidio (coisa gravíssima!). O acusado teria sido inocentado. 


     

        Olavo diz ainda, neste hangout que sumiu do ar, que esta tariqa - do Idres Shah - era cheia de estelionatários, que teriam feito a ele ameaças de morte. A propósito: o guru já foi acusado de estelionato e apropriação indébita; a absolvição foi 'in dubio pro reo' (li o processo inteiro, ali não resta qualquer dúvida razoável de que Olavo meteu a mão na grana da filha de Alberto Dines, chamada Liana. 

     

       Também é  estranho como a vida 'magisterial' de Olavo é sempre misturada à sua vida privada. Como hoje, em que sua casa vive repleta de alunos e sua vida em família e de professor é a mesma, quando ele dava aulas na Vicente Prado, 110, na Bela Vista, em São Paulo, lá também tinha sempre uma população flutuante de 15 a 20 pessoas, 'morando' na casa, onde ele vivia com a mulher Roxane e filhos (a ex-mulher, Eugênia, acabou revelando à policia que também morava lá com os quatro filhos. Alunos de Olavo à época informam que a ex e os quatro filhos moravam no porão da casa). 


      
       A alegação dos alunos para passarem dias ou mesmo meses lá é que as aulas acabavam tarde e ficava difícil voltar para casa, às vezes, em outra cidade. Um destes frequentadores informou à polícia que ninguém tinha quarto privativo, todos se acomodavam como dava. 

        A dir bene, com o volume de informações fornecidas pela boca do próprio Olavo de Carvalho sobre sua vida, já não acho improvável que sejam verdade muitas das graves acusações que lhe são feitas (que não é católico e sim muçulmano, que o COF e o ICLS não passam de fachadas para atrair e selecionar candidatos à tariqa esotérica islâmica do filho Tales, que Olavo era polígamo e vai por aí)
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      O passado sempre ecoa no presente.

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