sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Contra a Igreja? Sempre.


      Uma coisa é levar em conta tudo o que Olavo de Carvalho falou sobre a entrevista de Papa Francisco à revista dos jesuítas Civiltà Cattolica(discordar 100%, quem há de? O mestre - já se disse - não é raso nunca). Outra coisa é achar que, se Papa Francisco tivesse dito palavras que não comportassem ambiguidade, interpretação dúbia ou mal-entendido, a imprensa as situaria em sua esfera pastoral e teológica, e não as distorceria, com análises e críticas de má-fé.

       É sempre a mesma coisa. Da primeira encíclica Deus Caritas Est, por exemplo, a imprensa só leu a parte em que - ela dizia - Bento XVI elogiava o marxismo (sic). Agora, a mesma coisa: de 22 páginas de reflexões e ensinamentos, um único parágrafo interessou à imprensa. O de sempre: gay, aborto e camisinha. Sim, os assuntos são vitais, os princípio inegociáveis e se pode exigir que o papa pense em como suas palavras serão repercutidas. Mas, para além disto, nem o beabá do bom jornalismo se viu, que é colocar as declarações em seu contexto E - é bom que se diga - elas fazem sentido quando se lê toda a entrevista.

       Em se tratando do mundo, qualquer coisa que a Igreja faça ou diga vai voltar-se contra ela. O estudo sobre A Igreja e as Culpas do Passado', proposto pelo cardeal Joseph Ratzinger à Comissão Teológica Internacional, lembra, a propósito de pedidos de perdão feitos pela Igreja que "o reconhecimento dos erros é no mais das vezes unilateral e é explorado pelos detratores da Igreja, satisfeitos por a verem confirmar preconceitos que têm a seu respeito.

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