segunda-feira, 7 de maio de 2012

Cota na entrada e na saída? Assim, até eu.

         Já começou: primeiro, foi a cota para ajudar o negro a entrar na universidade; agora, já estão falando em cota para conseguir  emprego. E depois, o quê vem mais para preencher este aparentemente inesgotável saco de bondades? O que virá na esteira da cota para o ingresso na faculdade, aquele empurrãozinho de nada para compensar a opressão, discriminação e sofrimento dos negros, em 400 anos de escravidão?
   Pelo jeito ,o clamor das ruas é guloso e tem pressa. Menos de uma semana depois da aprovação das cotas para o ingresso nas universidades, o assunto das cotas para pretos em postos de trabalho já estava nas cogitações do STF.
   A prova é a entrevista, no dia 2 de maio, do atual presidente do Supremo, ministro e ex-petista (sic), Carlos Ayres Brito, que votou favoravelmente às cotas raciais nas instituições de ensino superior. 
   Após o Supremo Tribunal Federal considerar constitucionais as cotas raciais para a educação, o ministro Carlos Ayres Britto , presidente da corte, disse que as políticas afirmativas podem atingir também postos de trabalho.
   "Havendo incentivos fiscais, é possível", disse ele nesta terça-feira (1/5). Evitando generalizações, Britto afirma que tais casos devem ser examinados individualmente, mas que o direito ao trabalho pode entrar, sim, como uma oportunidade de promover a "igualdade aproximativa" entre negros e brancos.
      "É necessário que se examine a razoabilidade e proporcionalidade das medidas", afirma Britto, para quem "é função da Justiça do Trabalho compensar a inferioridade factual do empregado com uma superioridade jurídica."*  
    Não há surpresa, eu 
mesma já cantei a bola. Daqui a pouco, vai vir também a cota de notas (alunos negros já terão garantida, de saída,  nota 2. Se tirar 3 na prova, já passa por média 5, uma coisa assim). 

   Quando eu escrevi no texto "Preto não" a frase 'Sei lá, ele pode ter conseguido seu diploma por cota e não por mérito", os  ofendidos cobriram-se de xingamentos, apontando a frase como a prova cabal de minha ignorância, estupidez e falta de preparo para ser jornalista: "cota é só para entrar, para tirar o diploma tem que ralar". Então, tá.
 O que os iluminados não sabem ou fazem de conta que não sabem é que a palavra diploma, neste caso, é  figura de linguagem, ela sintetiza todo o saco de bondades que virá (já está aí) na esteira da primeira conquista, a cota para entrar na universidade. 
   Quem não sabe disto?
 *
http://bit.ly/K1C87f


(http://bit.ly/JanV54)

8 comentários:

  1. Esse texto me fez lembrar o que um amigo meu diz muito por aí, ele bate no peito e diz: " Ser Negro no Brasil virou vantagem." Essa frase já diz tudo, quando se fala em "cotas raciais". Aí está a explicação pra tudo e se continuar assim, vai chegar a hora que a cotas vão acabar e preto vai entrar na faculdade sem fazer prova. Aí já era! KKKK #perigosoisso

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  2. Após estas cotas raciais serem impostas guela a baixo na nossa nação pelo Inferior Tribunal Federal, não contratarei nenhum aluno de faculdade publica, nenhum deles, pois até brancos cotistas tem nas Universidades Publicas, e conheço pessoalmente alguns deles...

    Quando eu for ao medico, mesmo ele sendo negro ou branco, perguntarei na cara dura mesmo: O Sr. veio de Faculdade publica ou privada?

    Comigo será assim mesmo!!!

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  3. Quando eu precisar de médico, advogado etc., certamente vou procurar saber se o profissional é de origem "cotista". Queira ou não o Supremo, gostem ou não os ofendidos (como se isso fosse motivo para alguém se ofender). É um direito meu e dele eu não faço concessão.

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  4. Cara Mirian.
    Fiquei surpresa ao reconhecê-la da sucursal da Folha de São Paulo, em Brasília, de há muitos anos. Se eu estiver enganada, perdoe-me, mas creio que era mesmo vc, uma jovem bonita, meio "porra louca" e indisfarçavelmente subversiva, como quase todos que trabalhavam lá. Na época, eu tinha uns 17 anos e não compreendia bem o que eram e o que pretendiam os subversivos, além do fato de que gostavam de uma boa arruaça. Mas surpresa maior, Mirian, foi ter encontrado seu blog por acaso e dele ter me tornado leitora assídua. É naturalmente agradável ler acerca de tudo que seja coerente com os meus conceitos e contrário aos fatos que destoam do óbvio e da moralidade, ao meu ver. Se era você ou não(lembra do Antonio Contente?), saiba que eu a admiro por expor com clareza e coragem sua opinião acerca de assuntos polêmicos,independentemente se vai ou não agradar. Para mim, nem de longe vc agride ou ofende quem quer que seja. O problema é que algumas pessoas se valem da inversão de valores, atitude repugnante, mas atualmente em alta, para desempenhar o papel hipócrita de vítima, de ofendido. E infelizmente, com o patrocínio de toda a Justiça, desde a 1ª até a última instância.

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    1. Rachel, tu me perguntas se eu me lembro de Antonio Olinto Contente? Meu Deus, meu amado, querido, imprescindível, inesquecível e inigualável amigo Antônio Contente, que falta que ele faz! Tu tens notícias suas? Perdi o seu rastro. Adoraria revê-lo. A mãe de André, o filho de Contente, também chama-se Raquel, tu sabias? Peço desculpas, eu não estou conseguindo recordar teu rosto. Se eu visse uma foto tua, certamente me lembraria. Grata por tuas palavras generosas e encorajadoras. Como faço para descobrir quem és? Eu ficarei feliz de te (re)conhecer.

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    2. Rachel, eu não trabalhei na Folha. Eu trabalhei com Antônio Contente no Jornal de Brasília. Depois, eu fui para O Globo, mas Contente e eu continuamos muito amigos. Ele é que trabalhava na Folha e eu tinha tantos amigos na sucursal, (na 104 sul)que não saia de lá.

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    3. Pois é, a desculpa das cotas para negros foram os 400 anos de escravidão...

      ... e qual a desculpa dos homossexuais? pois é, há projetos de lei de cotas para homossexuais.

      Aguardo agora a lei que diz que brancos e heteros terão o imposto de renda triplicado.

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  5. Muita, mas muita gente tem antecedentes negros e acontece de irmãos de sangue um ter aparência de branco e outro de negro.

    Essa é uma política de países onde o racismo era legal como nos EUA onde não houve miscigenação nenhuma.

    E além de tudo injusto o negro ganhar vaga só pela raça, o ideal é que ganhasse meios de estudar e competisse com igualdade.

    Política hipócrita e eleitoreira, ao invés de criarem condições para os pobres (e não só negros) estudaram criam uma falsidade.

    Cotas só aumentam e muito a discriminação e geram ódio racial. Prevejo um futuro muito difícil nos próximos capítulo da convivência entre raças no Brasil, coisa inédita.
    Racismo de verdade pode surgir, PT, lamentável.

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