terça-feira, 19 de abril de 2011

Ecochato, vai pastar!

     Os defensores dos animais, e todos aqueles que são contrários ao consumo de carne e uso de peles e couro para a fabricação de vestuário e calçados, falam muito em 'natureza' mas, na verdade, a desconhecem.
   
 Por ora, deixemos à parte o reino mineral, os chamados seres brutos; tratemos do reino dos seres vivos, os vegetais e os animais. Todos os seres vivos se diferenciam pelo fim a que objetivam e todo ser na natureza é ordenado ao melhor, à realização da perfeição. 
    A planta realiza duas operações: uma, a de nutrição, retirando as substâncias minerais para a sua conservação (os seres brutos tem menos 'ser', só tem a sua constituição, não se nutrem nem reproduzem), e outra, a de reprodução. Esta é superior àquela.
    Reprodução é uma operação que exige mais 'ser', é mais perfeita que a nutrição, a reprodução engloba e pressupõe a nutrição. Num vegetal, o máximo de 'ser' que ele pode aspirar é reproduzir-se. Para um alface, melhor que ser um alface é ser dois. É o máximo de perfeição e de 'ser' que o vegetal alcança.
    Os animais são mais perfeitos que os vegetais, os animais tem mais 'ser', mais funções, porque, além da reprodução, eles têm percepção sensorial. O mundo vegetal é imóvel, frio, silencioso, oposto ao dos animais.  A reprodução animal é subordinada à percepção, aos sentidos. O animal só se reproduz quando isto lhe parece agradável. A própria natureza deu-lhe mecanismos de atração (o cio, com seus odores e seduções, vide pavões)
    O homem, além da reprodução e da percepção, tem a sua vida ordenada à inteligência. Há mais 'ser' no homem que no animal. Há mais perfeição nele que nos outros seres vivos. Na natureza, o menos é ordenado ao mais. No caso da reprodução, por exemplo: o homem não se acasala, ele escolhe a sua companheira por critérios racionais, afetivos, sociais, intelectuais.

    Mesmo quando o homem alega que faz sexo para satisfazer seus instintos decretados biologicamente, ele impõem-se restrições e tabus aceitos e estabelecidos pela sociedade (incesto, pedofilia, necrofilia etc).
      É fato que um leão, como o homem, se alimenta de outros animais. Mas, se o rei dos animais estiver diante dos últimos exemplares macho e fêmea do mico-leão-dourado, ele não hesitará em comê-los para saciar a sua fome. Se a espécie vai se extinguir, não lhe importa nada. Leão nem sabe o que é 'extinção'. O homem, pela inteligência, trataria de preservar os micos-leões-dourados.
    Comer animais foi imperativo para a sobrevivência dos homens e dos próprios animais. Se o homem não os caçasse, seja para comer ou para se vestir e aquecer, primeiro ele teria morrido de fome e de frio. E segundo, caso tivesse sobrevivido, seria comido pela superpopulação de animais selvagens famintos, que invadiriam vilas e cidades, devorando os homens e os outros animais para matar a fome. Seria um desastre ecológico e uma crueldade com os próprios animais, pois não existiria comida para todos eles.
    Quanto a usar peles e couro? Qual é o problema? Ninguém está matando pessoas. "Pessoas' são apenas os seres que têm inteligência, razão, discernimento, escolha, julgamento (recorda o mico-leão dourado?).

    Basta lembrar: o menos é ordenado ao mais. O inferior é ordenado ao superior. O menos perfeito é ordenado ao mais perfeito. A inteligência é superior à percepção, que é superior à reprodução, que é superior à nutrição. Uma vem antes da outra, a última engloba as anteriores. Mas, para que o de cima não pense que é auto-suciente, o bambambambam que não precisa de ninguém, a natureza exige que o superior não exista sem as funções e (im)perfeições do inferior. 
     O homem para pensar, escolher, julgar, amar e reinar sobre todos os seres da natureza precisa, antes, ser ' pedra', ser 'pó', átomos de minerais. O ser vivo é feito (também) de matéria bruta.
    Que papel cabe ao homem na administração e uso dos bens da natureza colocados à sua disposição? Cuidar, racionalizar, preservar, manter. Os animais e plantas devem ser preservados da extinção. Os bichos, em particular, devem ser abatidos sem crueldade, e podem ser criados em cativeiro, com métodos e técnicas que respeitem o seu bem-estar.

    Bicho não não tem consciência da morte e não'suspira' nem 'sofre' por não estar correndo livre pelo mato. Animal criado em cativeiro não sabe que existe "mato', ele não sabe o que é 'liberdade'. Um animal sabe que está frio, bicho sente frio. Mas ele não sabe que o inverno é frio.
    As pessoas estão abrindo mão da inteligência (não é por ela que somos mais perfeitos?) para se submeter aos mantras sem originalidade do politicamente chinfrim. Afinal, até os animais conseguem perceber a beleza (o pavão exibe a sua cauda maravilhosa para atrair a fêmea).
    Por que nós não podemos nos fascinar pela beleza de um vison e querer fazer com a pele da foca um belíssimo casaco para enfeitar e aquecer? A pele da foca tem mais 'ser', mais perfeição que a pele de uma lagartixa, porque tem beleza, maciez e brilho.
    Repito: o que não pode é extinguir a espécie foca só para satisfazer um capricho, nem pode tratar e matar com crueldade. Além da proteção dos 'santuários", foi a criação destes animais em cativeiro, para a fabricação de casacos, que salvou a espécie da extinção.
     As pessoas não percebem que elas já fazem na prática a diferenciação entre os seres. Por que oferecemos uma rosa a quem amamos? Por que não oferecer um repolho? Porque a rosa é mais bela, tem perfume e é carregada de simbolismo, Dante Alighieri mostrou.
     Dizer que o repolho é comestível é só argumento (de) pobre. A finalidade da flor não é matar a fome da mulher amada. É dizer que a ama. Para matar a fome, aí, sim, melhor o repolho. Pensando bem, eu prefiro um filé de salmão, com ervas finas, amêndoas e vinho branco. Francês.

http://www.facebook.com/notes/arezzo/comunicado/208897042461847

Um comentário:

  1. Você é uma retrograda alienada e insensível. Em outra vida, deve ser sido uma senhora de escravos - e deve ter publicado seu apoio à escravidão nos folhetins da época.

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